Arquitetura analítica
Projetar é compor, mas para compor é preciso ter objetos a serem compostos: para os arquitetos, estes são os “elementos da arquitetura”.
Contexto

O estudo analítico tem sido a porta de entrada no estudo da arquitetura tradicional desde a organização do ensino na Academia de Arquitetura em Paris, no século XVIII, difundindo-se para o sistema as Escolas de Belas-Artes em dezenas de países, inclusive no Brasil, nos séculos XIX e XX. Esse método de ensino ficou conhecido como “Beaux-Arts” ou “acadêmico” em referência ao nome da instituição de ensino francesa.
Na Escola de Belas-Artes de Paris, no final do século XIX, o analítico era uma das provas de seleção para o ingresso no curso de Arquitetura. Na do Rio de Janeiro, no começo do século XX, era um dos primeiros exercícios desenvolvidos pelos alunos ingressantes. Os principais mestres da geração modernista dos anos 1920 — Le Corbusier, Walter Gropius, Lucio Costa e muitos outros — estudaram sob alguma influência do método Belas-Artes. Embora eles tenham instituído teorias e sistemas de ensino opostos ao método Belas-Artes, a obra desses arquitetos demonstra a disciplina, o rigor gráfico e a atenção para proporções e detalhes, derivadas dos seus estudos tradicionais.
A análise da arquitetura no método acadêmico ressalta a autonomia da decoração de um edifício com respeito ao programa de necessidades. Felisberto Ranzini, professor na Escola Politécnica de São Paulo a partir da década de 1920, ilustrou bem essa autonomia com uma série de desenhos de casas com volumetria semelhante mas estilos diversos (fig. 2).
Figura 2: Exemplos de arquitetura analítica por Felisberto Ranzini, Escola Politécnica de São Paulo, década de 1920.
Ementa
Realizar um estudo analítico da edificação proposta no Trabalho II. A composição da prancha deve ressaltar as proporções e os detalhes da composição.